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Desde os primórdios da narrativa humana, vilões têm sido uma parte essencial de muitas histórias. Seja nas fábulas infantis, nos contos de fadas ou nos filmes de Hollywood, os antagonistas são frequentemente tão importantes quanto os protagonistas aos olhos dos espectadores. Muitas vezes, nos encontramos torcendo pelos malvados - e este artigo busca entender por que isso ocorre e o que isso significa para a cultura popular.

Hoje em dia, vilões como Darth Vader, Coringa ou Hannibal Lecter são tão populares quanto qualquer herói em séries ou filmes, suas frases icônicas e tramas emocionantes fisgam a atenção do público. Embora na vida real as pessoas prefiram permanecer do lado certo da lei e da moralidade, muitos de nós se encantam com vilões nas telas e torcemos por eles. Mas por quê?

Uma teoria sugere que admiramos os vilões porque eles representam aquilo que desejamos fazer, ou seja, quebrar regras que nos são impostas. Tudo o que é proibido parece ser mais atrativo e os vilões, com suas atitudes rebeldes, parecem incorporar essa liberdade. Outro fator que contribui para essa fascinação é que os vilões não estão limitados pelas mesmas regras que os heróis: eles podem ser violentos, cruéis e vingativos sem as consequências que os personagens mais certinhos têm que lidar.

Além disso, muitos vilões são personagens complexos com histórias de fundo ricas. Eles podem ter sido vítimas de traumas, experiências traumáticas e injustiças que os fizeram se tornar aquilo que são. Assim, há uma certa empatia que sentimos pelos vilões, já que eles são personagens multidimensionais, com falhas e virtudes que todos nós temos. E essa humanidade é o que pode torná-los personagens mais interessantes e envolventes.

Mas nem todos os vilões são criados iguais. Personagens verdadeiramente icônicos têm uma qualidade carismática que faz com que o público torça para que eles ganhem, descobre-se valor em suas atitudes. Muitos dos vilões mais amados têm senso de humor ou sarcasmo, ou são magistralmente interpretados por atores de grande talento, o que aumenta o nível de atração diante do público. Mesmo personagens malvados que não têm esses aspectos cativantes, podem se tornar populares para alguns por suas habilidades e poder.

Algumas pesquisas têm sugerido que assistir a programas de TV e filmes em que os personagens são vilões pode nos fazer mais empáticos com os outros na vida real. Isso porque, quando vemos vilões em ação, nos tornamos mais conscientes do fato de que todos nós temos características positivas e negativas. Portanto, pode ser que torcer pelos vilões não seja necessariamente um problema moral, mas sim uma forma de olhar a vida de uma forma mais ampla e confessar que o mal também está presente.

Em resumo, essa obsessão por vilões não é necessariamente algo ruim, a cultura popular, com seus vilões icônicos e histórias envolventes, serve como uma forma de entretenimento a todos que desejam, mesmo que por pouquíssimo tempo, sair do mundo monótono e conhecer outras facetas inusitadas e até mesmo inesperadas. A fascinação pelos vilões nos mostra que, assim como o bem, o mal atrai. E isso é parte do ser humano.